Mil nove e noventa e cinco. Os duros foram para a Zambujeira passar férias; afinal de contas, manter a Calçada num bairro habitável e aprazível tem que ter as suas contrapartidas... assim sendo, o batalhão lá seguiu caminho; das memórias que ficaram, algumas nunca poderão ser transcritas, a pedido de quem agora trabalha e pretende continuar a fazê-lo; contudo, um desses epísodios tornou-se épico e já serviu de exemplo para caracterizar a personalidade e veemência de comportamento de um dos Duros, Mota.
A meio do caminho os Duros pararam para comer algo, e disfrutar do comércio local, parco por sinal. O Mota, que se encontrava disprovido de saco-cama - não que depois o tenha chegado a usar...- dirigiu-se a uma daquelas lojas que vende desde produtos de farmácia a material bélico, não esquecendo a "sande". Deixo-vos o diálogo....
-"Bom dia".
-"`Dia, faça o favor de dizer, faxavôr..."
-"Quero um saco-cama verde, por favor."
-"Olhe, sacos-cama verdes aqui não temos, mas temos outros muito bons, olhe aqui este..."
O Duro nesta altura aproxima-se lentamente do senhor e reitera em voz baixa...
-"Ouça, quero um saco-cama verde, ou parto esta m***a toda...".... os outros começaram a sair do local....
... rapidamente o senhor da loja, movido por uma súbita energia e motivação, dirigiu-se ao armazém, onde afinal sempre estava à espera O Saco-cama, Verde, por sinal....
A Comitiva
